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CLUBE DE LEITURA na ESAG

Ilustração de Sabine Wilharm

A história começou ou recomeçou sempre por volta das dez…ou das onze, num pequeno passeio à biblioteca para ler aventuras de gatos e gaivotas, numa harmonia sem par, só possível em livros…

O Clube de Leitura dos alunos de 7º ano perfez quatro sessões de 45 minutos, em cada uma das três turmas, e poderíamos, se quiséssemos fantasiar, lembrar os 840 minutos que os alunos passaram a ler como momentos de fruição e prazer onde miaram, grasnaram ou sentiram o sopro do vento. Ao deleite interior juntou-se o exterior quando rolou pela mesa um ovo de chocolate ou saborearam com agrado as línguas dos gatos… Dos gatos?! Bem, esses lá foram conseguindo ultrapassar barreiras na difícil tarefa de ensinar a gaivota a voar. E conseguiram, o que prova que de facto “só voa quem se atreve a fazê-lo”.

LEITURAS COMUNS na ESAG

O tema do primeiro período foi a Segunda Guerra Mundial e os leitores distribuíram-se pelo Diário de Anne Frank e O Rapaz de Pijama às Riscas. Falou-se do holocausto, da brutalidade da guerra, das histórias verídicas que inspiram livros, do valor de um diário….numa conversa informal, numa quarta feira de Dezembro.

Agora interessamo-nos pelo mistério dos livros policiais e temos também como preocupação alargar o clube a mais alunos, desafiando-os para a aliciante tarefa de investigar as páginas de um livro, seguindo as pistas das palavras e descobrindo o culpado de um crime público que se poderá chamar iliteracia.

Na ESAG, SUGESTÕES…

A sugestão de documentos para utilização pelos frequentadores da Biblioteca tem sido uma prática regular assumida pela nossa equipa. Convidamos a comunidade a colaborar connosco neste incentivo, dirigido sobretudo aos alunos, para a descoberta de outros mundos e de outras formas de estar, através de livros, artigos de revistas ou de jornais, filmes, documentários, sites da internet…

… DE FILMES

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GERAÇÃO FAST FOOD

Numa altura em que as preocupações alimentares estão na ordem do dia, “Geração Fast Food” segue o percurso do “The Big One”, o hambúrguer mais bem sucedido de sempre da cadeia de fast food Mickeys. Desde a sua criação até ao momento em que é vendido (maus tratos a que os animais estão sujeitos, exploração laboral, precárias condições de higiene no fabrico e embalagem de carne…), a história de um simples hambúrguer…

“Geração Fast Food confirma que muitos assuntos relacionados com a qualidade da carne ainda estão por resolver, mas também retrata um país tão viciado em fast food que um quinto dos adolescentes são obesos…”

… DE LEITURA

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APOLOGIA DE SÓCRATES

A “Apologia de Sócrates” é um texto escrito por Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.), que tem na sua base o discurso de Sócrates apresentando em tribunal a sua defesa.

Sócrates é acusado de corromper a juventude e desrespeitar os deuses da cidade. Neste discurso, Sócrates defende-se denunciando estas acusações como falsas. A sua preocupação é estritamente filosófica e, portanto, a sua atividade surge em nome da verdade e do bem. Se dialoga com os jovens, diz o próprio Sócrates, fá-lo enquanto moscardo (que “pica” ou incomoda os outros no sentido de os levar a pensar) e como parteira (ajudando o pensar a nascer e, sendo ela própria estéril, sabendo ver se os pensamentos que tem diante de si são ou não fecund(ad)os). Talvez o possamos conceber ainda de acordo com a imagem da raia elétrica (uma imagem que, segundo Platão, foi atribuída a Sócrates) – o animal que paralisa as suas “vítimas”, desde que, de acordo com um esclarecimento do próprio Sócrates, se entenda que ele próprio se encontra paralisado.

Esta esterilidade ou paralisação do filósofo revela a sua consciência relativamente à possibilidade do saber humano: começar por saber que nada se sabe. Este saber que não se sabe nada é, por um lado, o saber humano primordial – na medida em que é saber alguma coisa – e, por outro lado, é condição para se desejar saber (basta pensar que aquele que pensa que sabe, não procura saber…).

Esta sabedoria humana pode ser designada como “douta ignorância”, isto é, uma ignorância sábia porque é própria daquele que, sabendo que não sabe, procura, no entanto, saber… Tal ignorância distingue-se daquela de quem pensa saber, isto é, de uma ignorância de tal forma “ignorante” que nem sequer parte do princípio de que não se sabe e, portanto, é preciso procurar saber.

À medida que vai apresentando a sua defesa, Sócrates revela a verdadeira finalidade da filosofia: a procura, sempre incompleta, da própria sabedoria ou, por outras palavras, o caminhar continuado em busca de algo que não se possui. Por isso, a filosofia é amor puro e o filósofo é aquele que verdadeiramente ama a sabedoria. Ele procura-a. Ele não a possui.

(Nota: A Morte de Sócrates - quadro de David, concluído em 1787.)

Publicado a: 06-03-2012 17:03